sábado, 24 de julho de 2010

(You're still the one)
You're still the one I run to
The one that I belong to
You're still the one I want for life
(You're still the one)
You're still the one that I love
The only one that I dream of
You're still the one I kiss, good night.


Tocando Shanaya tuhein no radinho á pilha brinde do habib´s, o sol penetrava no quarto desfazendo o odor de urina impregnado nas paredes do quarto, a intensidade dos raios solares indicavam que se passava das duas da tarde, as doces notas da melodia fizeram com que suas pupilas se abrissem evitando tornando aquele jovem apto a enfrentar mais um dia que começara.

Deixou com que a água caissem em seu corpo por alguns instantes enquanto escovando os dentes buscava um modo de manter seus pensamentos em ordem.

Afeitou se a barba de modo forçado, uma das tarefas que mais o desagradava desde que se tornara um adulto, para ele era como se uma axila crescesse em seu rosto dia após dia, revelando a cada decímetro um indivíduo que em nada se parecia com ele mesmo, de olhos fechados.

Uma respiração profunda tomou conta de seus pulmões expandido ao maxímo sua caixa toráxica de foma que suas costelas evidentes ficassem saltadas de seu dimínuto corpo pueril.

Os dedinhos dos pés tamborilavam sobre sua lãmina de couro de bezerro curtida nos verões de sua adolescencia no sítio da familia, um refugio, uma busca, um lugar comum onde todos poderiam ser livres e onde aquele jovem se via obrigado a ser quem justamente nçao queria, naquele momento.

O toque macio da meia o fez lembrar dos carneiros macios que tratara como um de seus amiguinhos, penteados 3 vezes ao dia, lavados uma vez por semana, secos com secador e modelados ao sol uma tarefa diária, mas que renderiam ao final de cada etapa aproximadamente 200grs da fibra rica em lanolina que ele habilidosamente separava e processava em ricos carretéis de lã de carneiro in natura.

Era rico e ignorava o fato, sabia que ao fugir de sua riqueza abria mão também de um processo doloroso que o remetia ao seu passado conturbado que insistia em lhe seguir.

^love me love me, say that you love, fool me fool me go on and fool me^
Cel celular cantarolando sua musica tema préadolescente o fez sorrir e ao conferir o numero no visor, uma breve sombra de angustia recobriu seu rosto...

"-Oi mãe...táh bowa, tô indo pro salaum agora, sim, amanhã, Ok, amanhã nos vemos então, thau thau."

Enfim, minha mãe havia ligado, era assim que eu me sentia hoje.

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